terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Treze do Doze do Dez

Passou mês e meio desde que pousei o saco de papel junto à secretária, depois da festa. Todos os dias me sentei ao seu lado, de costas curvadas e olhos perdidos no ecrã, demasiado inerte para cumprir os requisitos da mente. Porque o conteúdo do saco de papel era conhecido, desejado, mas a inércia impedia a concretização. Hoje foi diferente.
Sem custo, removi o peso da cadeira onde sempre me afundo, mergulhei no saco, que mantém as flores de papel coloridas, e fui preparar o chá de frutas. Trouxe-o na chávena maior do espólio familiar e partilhei-o com os cookies, que se mantiveram deliciosos durante todo este tempo de espera. E regressei à cadeira e ao ecrã do vício. Desta vez, acompanhada por cada uma das pessoas que, naquele dia, me ofereceram este lanche.

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