quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Vinte e Dois do Nove do Onze

Dois meses.

Desprevenida, regredi novamente. Regressei à insegurança e timidez de outros tempos. Por momentos, perdi tudo o que ganhara até hoje e voltei a ficar só no ridículo de não saber o que fazer. Estática, procuro esconder o desconforto em gestos aparentemente inocentes. Finjo ler enquanto a cabeça rodopia e nada vê e nem as mãos se sabem comportar, deixando cair os papéis aos pés de alguém a quem queria ser invisível. Invisível, como, nos outros tempos, tanto receava não ser aos olhos dos despreocupados no caminho. A estranheza estranha-se e o meu incómodo ressalta aos olhos de quem não quero. Assim como o embaraço por me sentir descoberta. E o tempo passa tão devagar quando me sinto atentamente observada. Não o sou, possivelmente, mas a vergonha prevalece e impõe as suas ideias. Não quero esta vergonha de volta a mim, já não sei lidar com ela.
O momento terminou, eventualmente. Regresso ao ambiente que reconheço e sou de novo a pessoa que procurei criar ao longo destes últimos anos. Não sei o que se passou, assusta-me ter acontecido e conto que não se repita. Não consigo.
Estou cansada.

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