quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Doze do Um do Onze

Sempre receei perder o controlo da escrita. Gosto de me perder nela, de ficar horas de volta de um texto, de lhe mudar apenas uma palavra ao fim de meia hora, de escolher uma música para lhe servir de conforto e ouvi-la vezes e vezes sem conta até ficar satisfeita com o resultado final. E não sei mentir, escrevo o que sei, o que conheço, o que suponho. Preciso de vivê-lo para o escrever, mesmo que através de alguém que mo conte. Por vezes, outras realidades provocam-me a escrita. Desconheço os limites da escrita, não sei até onde posso afundar-me por um pedaço de texto. Não sei que palavras devo conter para deixar a escrita inócua. Porque quero comoção, mas não quero estranheza. Não quero ebriedade. Mesmo que seja o único refúgio onde permito a minha perdição.
Talvez me fique pelas pequenas coisas.

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