segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Vinte e Oito do Um do Onze

Há algum tempo que não me sentava entre estas pessoas. Avisaram-me logo: se me perguntassem, o meu casaco de vison estava a limpar. Sim, porque estranhariam no meio de tanta pele, um simples casaco preto e uns sapatos despreocupados. A burguesia lisboeta concentra os seus cabelos arranjados na sala que se prepara para ouvir Schubert, às mãos de uma maestrina. Não passam, portanto, despercebidas as rastas de um jovem que se sentou na plateia. Mas agora é hora do silêncio e de atenção para o palco.
É sempre curioso ver uma mulher a tomar o papel geralmente conduzido por um homem. O seu cabelo longo e brilhante dança com os seus passos largos e pequenos pulos enquanto coordena a orquestra. O entusiasmo transmite-se e o espectáculo não é apenas auditivo. Aquela elegância nas ordens ao grupo grande impõe respeito e admiração.
Saio satisfeita. Valeu bem a pena regressar ao clássico desta forma.

Sem comentários: