domingo, 28 de novembro de 2010

Vinte e Sete do Onze do Dez

Ao descer as escadas, encontro-o. O rapaz, curvado sobre a mesa de esplanada do centro comercial, escrevinha sem parar no seu caderno. Não sabe que ali estou, nem eu, nem mais ninguém, porque se isolou na sua música, contida nos largos phones que ostenta por entre o cabelo longo ondulado. E não abranda no ritmo da escrita livre. Observo-lhe o caderno e as linhas incompletas, como, talvez, se tratasse de um poema. Ou da letra da própria canção que ouve, para desilusão da minha curiosidade alheia. Porque prefiro os poetas, os artistas, os originais que se encontram nos sítios mais inóspitos como um centro comercial verde em dia de jogo perigoso. E assistir à criação de algo novo, mesmo que as palavras sejam frágeis e inconsequentes, é algo único.

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